TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO NA MIASTENIA GRAVIS: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA

Resumo

A miastenia gravis (MG), doença neuromuscular de origem autoimune, sua forma mais comum provoca graus variáveis de cansaço e fraqueza muscular, que atingem preferencialmente os músculos de contração voluntária. Apesar de não haver cura, a MG pode ser bem controlada seguindo o tratamento adequado. Objetivo: verificar os tratamentos fisioterápicos disponíveis para a MG. Materiais e métodos: a estratégia PICO: population, intervention, comparison, outcome, foi empregada, investigando pacientes com MG (população), tratamento fisioterapêutico (intervenção), tratamento clínico convencional (comparação), avaliando a capacidade funcional, qualidade de vida e força muscular (desfecho). Dois revisores independentes pesquisaram quatro bases de dados (PubMed, LILACS, PEDRo, SciELO) até agosto de 2022. A qualidade dos estudos foi determinada utilizando a escala PEDro. A pesquisa inicial retornou 234 artigos. Destes, 22 foram selecionados a partir da leitura do título e resumo para avaliação do texto completo. Ao final, 12 artigos permaneceram com base nos critérios de elegibilidade pré-estabelecidos. A análise qualitativa dos estudos indicou que o treinamento resistido (TR) aumentou significativamente a qualidade de vida e a força muscular global, o treinamento muscular respiratório resistido (TMR) aumentou a força dos músculos respiratórios e a capacidade respiratória, já o TR associado ao treinamento aeróbico (TA) melhora a qualidade de vida, a capacidade funcional e a força dos voluntários com MG. Concluiu-se que a reabilitação fisioterapêutica melhora a capacidade respiratória, funcional e qualidade de vida de pessoas com MG. A estratégia com múltiplas abordagens, incluindo o TMR, TR e TA parece ser a melhor estratégia terapêutica se a intensidade for moderada. Os pacientes que mais se beneficiam são os que apresentam MG grau leve a moderado (grau IIa e IIb). Mais estudos são necessários para aumentar o nível de evidência dos achados.