ATUAÇÃO DA FISIOTERAPIA NA MANUTENÇÃO DA MARCHA EM PACIENTES DISTRÓFICOS

  • Henrique José Vilas Boas Centro Universitário de Lavras - UNILAVRAS
  • Drielen de Oliveira Moreira Centro Universitário de Lavras - UNILAVRAS Faculdade Pitágoras, FAP-Poços de Caldas- MG
Palavras-chave: distrofia muscular, Distrofia Muscular de Duchenne, Fisioterapia, reabilitação, marcha

Resumo

Introdução: A Distrofia Muscular de Duchenne (DMD) é uma doença genética causada por mutação em um único gene do cromossomo X que leva a ausência da proteína distrofina, afetando 1:3500 meninos nascidos vivos. Caracteriza-se por dificuldade para correr, subir e descer escadas, instabilidade na marcha e quedas frequentes, com subsequente pseudo-hipertrofia dos músculos das panturrilhas e fraqueza muscular progressiva, sendo necessário o uso de cadeira de rodas para locomoção ao redor dos 12 anos. Os anti-inflamatórios esteróides ainda são os fármacos de escolha para o tratamento dos pacientes com DMD e o tratamento fisioterapêutico tem a finalidade de dimininuir a velocidade da evolução da doença, prolongar a marcha, aumentar a longevidade e melhorar a qualidade de vida dos pacientes distróficos. Objetivos: fazer uma revisão analítica da literatura sobre a atuação da fisioterapia na manutenção da marcha de pacientes DMD e discutir os tratamentos de escolha e os respectivos resultados obtidos. Metodologia: revisão de artigos publicados nos últimos vinte e cinco anos (1991-2016) em bases de dados computadorizadas (Lilacs, Scielo, Pubmed, MedLine e PEDro. Resultados: foram catalogados 20 artigos, dos quais 4 são revisão sistemática de literatura, 14 estudos experimentais e 2 estudos de caso. Conclusão: a realização de alongamentos e exercícios resistidos clássicos, a hidroterapia, a ludoterapia e o uso de órteses são os tratamentos de escolha para a manutenção da marcha em pacientes distróficos.

Referências

ADAMS, R.D.; VICTOR, M.; ROPPER, A.H. The muscular dystrophies. In: ROPPER A.H, SAMUELS M.A, ADAMS And VICTOR’S Principles of Neurology. New York: McGraw-Hill; 200. p.1493-1511.

ARAÚJO, T.B.; FAGUNDES, I.K.; FÁVERO, F.M.; et al. Avaliação espacial e temporal do ciclo da marcha nas distrofias musculares. Rev Neurocienc. v. 22, n. 2, p. 286-93, 2014.

ARMAND, S.; MERCIER, M.; WATELEIN, E.; et al. A comparison of gait in spinal muscular atrophy, type II and Duchenne muscular dystrophy. Gait Posture. v. 21, n. 4, p. 369-78. 2005.

BAKKER, J.P.; DE GROOT, I.J.; BEELEN, A.; et al. Predictive factors of cessation of ambulation in patients with Duchenne muscular dystrophy. Am J Phys Med Rehabil. v. 81, n. 12, p. 906-12. 2002.

BALABAN, B.; MATTHEWS, D.J.; CLAYTON, G.H.; et al. Corticosteroid treatment and functional improvement in Duchenne muscular dystrophy: long term effect. Am J Phys Med Rehabilit. v. 84, n. 11, p. 843-50. 2005.

BIGGAR, D.W. Duchenne Muscular Dystrophy. Pediatr Rev. v. 3, n. 27, p. 83-8. 2006.

BONIFATTI, M.D.; RUZZA, G.; BONOMETTO, P.; et al. A multicenter, double-blind, randomized trial of deflazacort versus prednisone in Duchenne muscular dystrophy. Muscle Nerve. v. 23, n. 9, p. 1344-7. 2000.

CAROMANO, F.A .Caracteristicas do portadores de Distrofia Muscular de Duchenne (DMD). Revis-Arq Ciênc. Saúde Unipar. v. 3, n. 3, p. 211-218.1999.

CASTRO, D.C. Correlação entre mobilidade e função motora em meninos com Distrofia Muscular de Duchenne. 2010. Tese. Universidade Federal de São Paulo; 2010.

COHEN, H. Neurociências para fisioterapeutas: incluindo correlações clínicas. São Paulo: Manole; c1999; 2001.

DOGLIO, I; PAVAN, E.; PERNIGOTTI, I.; et al. Early sings of gait deviation in Duchenne Muscular Distrophy. Eur J Phys Rehabil Med. V. 47, n. 4, p. 587-94. 2011.

EMERY, A.E.H. The muscular dystrophies. BMJ. v. 317, n. 7164, p. 991-996. 1998.

ENGEL, A.G.; YAMAMOTO, M.; FISCHBECK, K.H. Dystrophinopathies. In: Myology. A.G Engel & C. Franzini-Armstrong. New York: McGraw-Hill. p, 1133-1187. 1994.

FENICHEL, G.M.; FLORENCE, M.D.; PESTRONK, A.; et al. Long-term benefit from prednisone therapy in Duchenne muscular dystrophy. Neurology. v. 41, n. 12, p. 1874-77. 1991.

FERNANDES, N.A; TROISE, D.C.T.; FÁVERO, F.M.; et al. A Importância das Órteses de Membros Inferiores na Distrofia Muscular de Duchenne – Revisão. Rev Neurocienc. v. 20, n. 4, p. 584-87. 2012.

HARRISON, T.R. Medicina interna. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 1991.

KLAVDIANOS, A.C.D.; GONÇALVES, C.A. Forças de reação do solo durante o caminhar em crianças da faixa etária de 4 a 10 anos. VII Congresso Brasileiro de Biomecânica; 28-30 de maio 1997; Campinas, Brasil, Ed. Unicamp; 1997.

LEITAO, A.V.A.; DURO, L.A.; PENQUE G.M.C.A. Progressive muscular dystrophy-Duchenne type. Controversies of the kinesitherapy treatment. São Paulo Medic J/RPM.v.113, n. 5, p. 995-99. 1995.

MELANDA, A.G.; PAULETO, A.C.; KNAUT, L.A.; et al. Avaliação de pacientes com distrofia muscular de Duchenne em laboratório computadorizado de marcha através do índice de alteração da marcha. Rev Bras Ortop. v. 46, n. l4, p. 10-13. 2011.

MENDELL, J.R.; SHILLING, C.; LESLIE, N.D. Evidence-based path to newborn screening for Duchenne muscular dystrophy. Ann. Neurol. v. 71, n. 3, p. 304-313. 2012.

MANN, M.E.; ZHANG, Z.; HUGHES, M.K.; et al. Proxy-based reconstructions of hemispheric and global surface temperature variations over the past two millennia. PNAS. v. 105, n. 36, p. 13252–257. 2008.

IWABE-MARCHESE, C.; FÁVARO, A.; LUIZ, L.C. Decreased Gait and Function in Duchenne Muscular Dystrophy. Open J Ther Rehabil. v. 1, n. 2, p. 120-125. 2014.

MARTINI, J.; VOOS, M.C.; HAKUDA, M.E.; et al. Compensatory movements during functional activities in ambulatory children with Duchenne muscular dystrophy. Arq Neuropsiquiatr. v. 72, n. 1, p. 5-1. 2014.

NUNES, G.A.; SANDRE, T.B.; GOLD, V.; et al. Influence Of The Aquatic Physiotherapy In The Infant Stress In Patient With Duchenne Muscular Dystrophy (Case Study). Rev Bras Ciências Saúde. v. 5, n. 6, p. 26-31. 2008.

PARREIRA, S.L.S.; RESENDE, M.B.D.; PEDUTO, M.D.C.; et al. Quantification of muscle strength and motor ability in patients with Duchenne muscular dystrophy on steroid therapy. Arq Neuropsiquiatr. v. 65, n. 2, p. 245-50. 2007.

PÉRTILE, E.; ALMEIDA, G.M.F.; SCHLINDWEIN-ZANINI, R.; et al. Use of nintendo Wii in the rehabilitation of duchenne muscular dystrophy. Fiep Bulletin. v. 84, n. 1, p. 365 - 368. 2014.

RALL, S.; GRIMM, T. Survival in Duchenne muscular dystrophy. Acta Myol. v. 31, n. 2, p. 117-120, 2012.

RATLIFFE, K.T. Fisioterapia Clínica Pediátrica: Guia para a Equipe de Fisioterapeutas. São Paulo: Editora Santos; 2000.

ROPARS, J.; LEMPEREUER, M.; VUILLEROT, C.; et al. Muscle Activation during Gait in Children with Duchenne Muscular Dystrophy. PLoS One. v. 11, n. 9, p. 1-13. 2016.

SANTOS, N.M.; REZENDE, M.M.; TERNI, A.; et al. Perfil clinic e functional dos pacientes com Distrrofia Muscular de Duchene assistidos na Associação Brasileira de Distrofia Muscular (ABDIM). Ver Neuroc. v. 14, n. 1, p. 15-22. 2006.

SILVA, A.C. Brinquedoterapia como complemento fisioterapêutico em pacientes com Distrofia Muscular de Duchenne. 2006. Tese. Universidade Federal de São Paulo – Escola Paulista de Medicina; 2006.

SOUZA, M.A.; FERREIRA, M.E.; DE BAPTISTA, C.R.J.A.; et al. Gasto energético na marcha de crianças com distrofia muscular de Duchenne: estudo de caso. Fisioter Pesq. v. 21, n. 2, p. 193-98. 2014.

STOKES, M. Neurologia para Fisioterapeutas. São Paulo: Editorial Premier. p. 117. 2000.

TANAKA, M.S.; LUPPI, A.; MORYA, E.; et al. Principais instrumentos para análise da marcha de pacientes com distrofia muscular de Duchenne. Rev Neurocienc. v. 15, n. 2, p. 153-59. 2007.

VERMA, S.; ANZISKA, Y.; CRACCO, J. Review of Duchenne muscular dystrophy (DMD) for the pediatricians in the community. Clin Pediatr (Phila). v. 49, n. 11, p. 1011-7. 2010.

VUILLEROT, C.; GIRARDOT, F.; PAYAN, C.; et al. Monitoring changes and predicting loss of ambulation in Duchenne muscular dystrophy with the Motor Function Measure. Dev Med Child Neurol. v.52, n. 1, p. 60–65. 2010

WEHLING-HENRICKS, M.; JORDAN, M.C.; ROOS, K.P.; et al. Cardiomyopathy in dystrophin-deicients hearts is prevented by expression of a neuronal nitric oxide synthase transgene in the myocardium. Hum Mol Genet. v. 14, n. 14, p. 1921-23. 2005.

Publicado
01/10/2020
Como Citar
Vilas Boas, H. J., & Moreira, D. de O. (2020). ATUAÇÃO DA FISIOTERAPIA NA MANUTENÇÃO DA MARCHA EM PACIENTES DISTRÓFICOS. Revista Científica Pro Homine, 2(3), 26-37. Recuperado de http://rcph.unilavras.edu.br/index.php/PH/article/view/83
Seção
Tecnologia e Saúde